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Tricô de Roda

Entrelaçar-se com as crianças, com os assuntos e com as histórias. Se tornar um
tecido junto com a meninada.

Na roda de tricô, o papo flui, as novidades aparecem. O fio conduz a roda.

Um a um, os alunos passam o imenso novelo de lã. A cada mãozinha, um pouco de
fio é desenrolado. A cada desenrolo, um assunto. O novelo dá a voz, o tempo de fala, o desenvolvimento do tema.

Ele é tecido conforme o clima, a velocidade e, às vezes, até mesmo desconstruído de acordo com o “bololô”.

A observação dos enlaces gera quase uma hipnose pelos
cadenciados movimentos, uma experiência tátil com a linha, uma diversão por manusear um objeto tão fluido, extenso, curioso e que os liga aos outros colegas.

A observação, a avaliação e a curiosidade são fundamentais para manter o tricô vivo.

O material produzido a partir dessa experiência, como o fazer de pulseiras e
objetos ornamentais com os retalhos e pequenas rebarbas traz identificação e
pertencimento.

Sabe a expressão “Ócio Criativo”? Resolvi adaptá-la para uma realidade
muito comum na Educação infantil. O “BOLOLÔ CRIATIVO”. De onde nascem
ideias, pensamentos e produções artísticas incríveis.

Em uma plataforma de papel ou tecido, é disposto o “bololô” de linhas que é fruto de um dia de roda desorganizado ou apenas muito intenso.

Após a disposição da linha sobre o papel ou tecido, a criança escolhe como
gostaria de preencher a sua parte da história da linha, tanto escolhendo o material
como qual cor e qual lacuna da história desse “BOLOLÔ” quer dar vida e seu toque pessoal.

Após todos desenharem, respeitando ou não o espaço da história de seus
colegas, é retirada a linha, e o desenho aparece com suas formas e delimitações.

Com esse trabalho, além de trabalhar o aspecto motor da meninada, ainda trabalhamos o respeito do lugar escolhido pelo outro, assim como o pertencimento na construção daquela história. 🧶

Texto por @ikehorta – Educador Maternal 3